quinta-feira, 11 de março de 2010

Desnutrição Infantil no Nordeste

De 1986 a 1996 a prevalência de desnutrição em crianças menores de cinco anos na região Nordeste do Brasil foi reduzida em um terço (de 33,9% para 22,20%). Já de 1996 a 2006, a redução foi de quase três quartos (de 22,2% a 5,9%). É o que afirmam Ana Lucia Lovardino de Lima e colegas do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde e da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, ambas da USP, em pesquisa publicada na revista de Saúde Pública.
Para chegar a estes dados, os pesquisadores analisaram os dados das amostras probabilísticas dos inquéritos domiciliares do Programa Demographic Health Surveys realizados em 1986, 1996 e 2006. Os autores lembram no artigo que a ïdentificação dos fatores responsáveis pela variação na prevalência de desnutrição levou em conta mudanças na frequência de cinco determinantes potenciais do estado nutricional, modelagens estatísticas da associação independente entre determinante e risco de desnutrição no início de cada período e cálculo de frações atribuíveis".

As melhorias nos ídices de desnutrição do primeiro período observado, segundo os autore estiveram relacionadas particularmente com melhorias na escolaridade materna e com a disponibilidade dos serviços de saneamento. Já no segundo período foram decisivos o aumento do poder aquisitivo das famílias mais pobres, e novamente a melhoria da escolaridade materna.
Os pesquisadores consideram na publicação que se a taxa de declíno observada entre 1996 e 2006 for mantida, o problema da desnutrição infantil na Região Nordeste poderia ser considerado controlado em menos de dez anos.

"Para se chegar a esse resultado será preciso manter o aumento do poder aquisitivo dos mais pobres e assegurar investimentos públicos para completar a universalização do acesso de serviços essenciais de saneamento, saúde e educação:, afirmam.

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