sexta-feira, 30 de abril de 2010

Espinafre não faz bem só para o Popeye

Popularizado no mundo todo nas aventuras do desenho animado do marinheiro Popeye, o espinafre é um alimento rico em sais minerais, como ferro, cálcio e fósforo, e possui alta concentração de vitaminas dos complexos A e B. Estas propriedades transformam o espinafre em uma fonte de nutrientes fundamental para a formação dos ossos, dentes, construção muscular, coagulação sanguínea e conservação da visão.

Outros dados importantes sobre o espinafre fazem referência à conservação da pele, à proteção do aparelho digestivo e, principalmente, à manutenção do sistema nervoso, tornando-se essencial para o desenvolvimento dos nervos e do cérebro. De acordo com uma pesquisa realizada em 2008 pela Universidade da Califórnia, o espinafre faz parte de um grupo de alimentos antioxidantes responsáveis pelo melhoramento das atividades mentais do ser humano.

Segundo o estudo, o cérebro consome muita energia para funcionar e isso resulta na sobra de resíduos químicos oxidantes. É neste momento que alimentos como espinafre, nozes, castanhas, óleos vegetais, lentilha, couve-flor, aspargo e abacate começam a trabalhar para eliminar as substâncias em excesso, "desenferrujando" o cérebro. Assim como a maioria das hortaliças de folhas verde-escuras, o espinafre é recomendado principalmente para gestantes e crianças, pois previne a anemia e a desnutrição.

Para aproveitar e potencializar os nutrientes presentes na hortaliça, especialistas recomendam que o espinafre seja consumido nas principais refeições do dia. Para facilitar esta ingestão, o espinafre pode ser utilizado nas mais variadas receitas, como tortas, suflês, refogados e saladas cruas.


Fonte: CFN

quarta-feira, 28 de abril de 2010

'Sal demais é saúde de menos'

Cortar o sal da alimentação é o primeiro passo para quem está de olho na pressão. alimentos industrializados, conservas e bebidas alcoólicas também devem ser cortados da dieta dos hipertensos.

A dieta pobre em sódio, principal elemento do sal de cozinha, por exemplo, ajuda a diminuir a pressão arterial. Os benefícios podem ser ampliados com uma dieta rica em potássio, magnésio e cálcio, usados na chamada dieta Dash - Dietary Approaches to Stop Hypertension, em inglês, o que significa, métodos para combater ahipertensão por meio da dieta, em uma tradução livre.

Além de evitar alimentos salgados, o hipertenso deve comer mais frutas, legumes, verduras e cereais, evitando carnes vermelhas e açúcares.

Segundo a nutricionista Isabela Pimentel, do Hospital do Coração, não é apenas a restrição de um alimento que irá melhorar a saúde. "É preciso balancear o que se consome e conhecer qual deve ser a dose diária de sódio", diz.

Segundo ela, uma pessoa hipertensa deve consumir apenas 2.400mg de sódio por dia, o que equivale a 6 gramas de sal de cozinha. "Como não podemos saber a quantidade de sal nos produtos industrializados ou nos alimentos preparados no restaurante, é importante que a pessoa perca o hábito de usar o sal à mesa", explica Isabela. Ela afirma ainda que é preciso adaptar e treinar o paladar para reconhecer o excesso de sal na comida. "Sal demais é igual a saúde de menos", afirma.
Fonte: CFN

terça-feira, 27 de abril de 2010

Hipertensão afeta 30 milhões no País

Destes, 12 milhões não sabem que têm a doença e correm maior risco de ter distúrbios como infartos e derrames. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lança na próxima segunda-feira a campanha "Eu sou 12 por 8", que tem como objetivo alertar a população brasileira dos perigos da pressão alta.
A doença, que no início não apresenta sintomas, afeta 30 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Destes, 12 milhões não sabem que têm a doença e correm um risco maior de ter outros distúrbios perigosos, entre eles infartos e derrames.

A SBC estima que apenas 10% das pessoas com pressão alta faz regularmente acompanhamento médico e segue suas orientações. Para incentivar a população, personalidades aderiram à campanha, se tornaram embaixadores e já vestiram a camiseta "Eu sou 12 por 8", como a atriz Guilhermina Guinle, o cantor Ney Matogrosso e a apresentadora Sarah Oliveira.

Alguns fatores aumentam as chances de um indivíduo desenvolver hipertensão e parte deles pode ser evitada.

Uma Aalimentação não balanceada, especialmente carregada de sal, pode levar ao quadro hipertensivo. O consumo de bebida alcoólica, o sedentarismo e a obesidade também estimulam a doença.

O Ministério da Saúde acrescenta ainda à lista de fatores de risco: diabetes, histórico de hipertensão na família e ser da raça negra. O órgão avisa que, depois dos 55 anos, 90% dos indivíduos correm o risco de desenvolver hipertensão, mesmo que tenham tido pressão normal até então.

Alguns sintomas que podem ajudar no diagnóstico da doença são dores de cabeça, cansaço, tonturas e sangramentos do nariz. Porém, a única forma segura de identificar a hipertensão é checar regularmente a pressão arterial.

Um levantamento feito pelo Centro de Medicina Nuclear da Guanabara feito com 1.054 executivos indica que 22% dos trabalhadores cariocas têm pressão alta. O médico Eduardo Duarte, responsável pela pesquisa, afirma que é fundamental que as pessoas mantenham os exames em dia para diagnosticar o quadro no início.

Segundo o médico Eduardo Duarte, a mudança no estilo de vida é a principal arma para se combater a doença. Neste caso, é preciso, além de fazer exercício, seguir uma dieta equilibrada, sem sal, embutidos e alimentos processados.


Fonte: CFN

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Perigo.com

Dispara a venda ilegal na internet de remédios para emagrecer, ganhar músculos e até abortar. Oito em cada dez desses produtos são falsificados. E alguns deles não passam de farinha

Para os bandidos, é um crime de altíssima rentabilidade. Para as vítimas, uma armadilha com potencial letal. A venda, pela internet, de remédios para emagrecer, aumentar a potência sexual, ganhar músculos ou provocar abortos triplicou no mundo desde 2005. No Brasil, os números sugerem que o problema é ainda maior. Em 2007, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária apreendeu 2 toneladas de medicamentos de uso controlado destinados a ser comercializados na rede. Dois anos depois, esse volume subiu para 28 toneladas. Não é difícil entender o motivo da explosão.

Oito em cada dez remédios de uso controlado vendidos pela internet são falsificados. Assim, enquanto 1 quilo de heroína rende ao traficante um lucro de, no máximo, 3 000 dólares, a mesma quantidade de um "remédio" para impotência, por exemplo - quase sempre um composto de pura farinha ou substância menos inócua -, pode render até 75 000 dólares. "Há uma tendência mundial no crime organizado, já identifi cada pela Interpol, de migrar do tráfico de drogas para o de medicamentos piratas", disse a VEJA a alemã Sabine Kopp, secretária executiva da Força-Tarefa Internacional de Combate à Falsificação de Produtos Médicos da Organização Mundial de Saúde.

No Brasil, toda venda pela internet de medicamento de uso controlado, seja ele verdadeiro, seja pirata, é ilegal. Só as farmácias podem fazê-lo, e mediante a apresentação de receita médica pelo comprador. Para driblar a lei, no entanto, basta um clique. Depois de escolher um entre dezenas de sites de classificados on-line que oferecem de anabolizantes a derivados de anfetamina, a reportagem de VEJA encomendou, por e-mail, dois medicamentos de venda proibida no Brasil, o Acomplia, para combater a obesiidade, e o Cytotec, criado para o tratamento de úlcera gástrica, mas frequentemente usado como abortivo. O princípio ativo do Acomplia é o rimonabanto. Proibida desde 2007 nos Estados Unidos, a substância foi banida no ano seguinte, no Brasil e na Europa, depois que cinco usuários do medicamento se suicidaram no Reino Unido no período de três meses.


As mortes foram associadas ao uso do remédio - que, por alterar o sistema de recompensa do cérebro, pode levar à depressão profunda. No lugar do Acomplia, o pacote que chegou pelo correio trazia o Redufast, nome de um medicamento com o mesmo princípio ativo, o rimonabanto, fabricado por um laboratório do Paraguai e também retirado do mercado daquele país. Já o Cytotec, cujo princípio ativo é o misoprostol, chegou em uma cartela de Misoprost-200, supostamente um genérico do produto fabricado na Índia. Foi entregue por um motoboy dentro de uma caixa de telefone celular, com um "manual" que explicava como usar o remédio para provocar aborto. O tal manual não mencionava que o uso do misoprostol é especialmente perigoso para mulheres que se submeteram a cesariana ou que já atingiram o quinto mês de gestação. Os dois medicamentos adquiridos por VEJA foram enviados à Anvisa.

Apenas 20% dos remédios de uso controlado vendidos pela internet são verdadeiros. A estimativa é do delegado Adílson Bezerra, assessor-chefe de Segurança Institucional da Anvisa. Em geral, eles são produto de contrabando, roubos de carga ou furtos em hospitais. Os outros 80%, falsificados, quase sempre entram no país pelo Paraguai, tendo passado antes por portos do Chile ou do Peru. Sua fabricação, no entanto, se dá bem mais longe, na China e na Índia. E geralmente em condições deploráveis, como se pode observar pela foto de um "laboratório" chinês que ilustra esta reportagem (veja abaixo). A foto foi obtida pela Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, entidade que reúne as grandes indústrias farmacêuticas americanas. "Tanto a Índia quanto a China não respeitam patentes. Por causa disso, é muito mais fácil adquirir lá os princípios ativos necessários para fazer as falsificações", afirma Lori Reilly, vice-presidente para política e pesquisa da entidade. Isso quando há algum traço de princípio ativo nesses produtos.

Um estudo publicado neste mês pelo laboratório Pfizer no International Journal of Clinical Practice mostrou que apenas um em cada dez comprimidos de Viagra apreendidos no Reino Unido sob suspeita de ser pirateados continha o princípio ativo sildenafila numa quantidade igual ou que variasse em até 10% em relação ao anunciado na embalagem. Um em cada quatro não tinha nem vestígio da substância. A análise das pílulas apreendidas revelou ainda a presença de metronidazol, medicamento usado no tratamento da amebíase, paracetamol, analgésico que pode causar insuficiência hepática quando ingerido em grandes quantidades e combinado com álcool, e até tinta de impressora - azul, é claro, a cor do comprimido mundialmente conhecido para tratamento da disfunção erétil. "Quem compra medicamentos de uso controlado pela internet não faz ideia do que está ingerindo", diz o delegado Bezerra. "O único objetivo do falsificador é, obviamente, fazer a pílula parecer com a verdadeira."

De acordo com o Center for Medicine in the Public Interest, centro de pesquisas independente de Nova York voltado para questões relacionadas a medicina, a venda ilegal de medicamentos pela internet deve movimentar neste ano 21 bilhões de dólares apenas com os produtos piratas. Os campeões de vendas são os medicamentos usados como estimulantes sexuais. Segundo um relatório da Interpol a que VEJA teve acesso, 21 países, incluindo o Brasil, identificam os remédios contra disfunção erétil como os mais pirateados. Em segundo lugar, estão os medicamentos para tratamento da obesidade, indicados como predominantes em sete países.

A impulsionar o tráfico e a falsificação de medicamentos está o fato de que as penas para o delito são, em geral, bem menores do que as previstas para outros crimes. Nos Estados Unidos, uma pessoa que é flagrada vendendo remédios ilegais pela internet ficará no máximo três anos na cadeia, enquanto quem falsifica dinheiro pode ficar até vinte anos. O Brasil, felizmente, é uma exceção à regra. Aqui, a pena mínima para a venda de medicamentos falsificados prevê cinco anos a mais do que a do tráfico de drogas. A pena máxima, de quinze anos, é a mesma para os dois crimes.

Mesmo assim, a atividade tem crescido em velocidade espantosa. Segundo o delegado Carlos Eduardo Sobral, chefe da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, o crime organizado ainda não se apropriou dela. Está na mão de indivíduos. "Prendemos desde donos de academia de ginástica até comerciantes que traficavam medicamentos para complementar a renda", diz. A polícia acredita ter tirado de circulação, em janeiro de 2009, o maior vendedor de medicamentos ilegais pela internet do país: Fábio Carvalho Alves, ex-balconista de farmácia e morador de Goiânia (GO), que chegava a faturar 30 000 reais por mês com o negócio. Dono de mais de vinte sites e páginas no Orkut, ele recorria a um método ardiloso para atrair compradores: criava perfis falsos na rede para travar os primeiros contatos com suas vítimas e, em seguida, tentava induzi-las a comprar seus produtos. Num desses falsos perfis, Alves colocou a foto de uma mulher obesa de costas.

Sobre a image m, anunciava: "Sou gorda e me odeio". Durante semanas, ele trocava mensagens com pessoas que se identificavam com o personagem inventado e outras que conhecia em comunidades virtuais relacionadas à obesidade. A todas, relatava o sofrimento causado pela sua falsa condição. Depois de um tempo, mudava o discurso: havia descoberto um remédio ótimo, que podia ser comprado na internet etc. O vendedor recomendado era, claro, ele mesmo. Se usar remédios controlados sem acompanhamento médico é um risco à saúde, comprá-los pela internet duplica essa ameaça. No mínimo.

Fonte: CFN

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ovo faz mal?

O alimento pode ser incluído na ALIMENTAÇÃO sem medo.

Uma pequena refeição rica em proteína - cerca de 10% a 15% do seu total - o ovo já foi considerado, na década de 1950, o grande vilão das dietas alimentares por possuir alta concentração de colesterol. Com o passar dos anos, e dos estudos, os médicos descobriram que, na realidade, esse item não era tão prejudicial assim. Diante da antiga má fama, esse ingrediente passou a ser visto como uma ótima fonte de proteinas, vitaminas do complexo B, antioxidantes e minerais.

Sempre foi muito disseminado, como já foi dito, que o ovo, por inteiro, seria rico em colesterol. Mas a bem da verdade, a única parte dessa pequena esfera que poderia ser prejudicial à saúde humana seria a gema - contendo cerca de 200 a 250 miligramas de colesterol por unidade. A clara, em contrapartida, é composta em sua maior parte por proteínas, podendo, inclusive, ser utilizada como paliativo para algumas doenças. "A proteína é um regenerador natural. Uma pessoa que fez algum tipo de cirurgia ou sofre de desnutrição protecalórica pode fazer o uso desse alimento como um auxiliador no processo de cura", afirma a Nutricionista Geise Belo.

Mas, o quanto podemos ingerir desse alimento tão rico em propriedades benéficas? "A quantidade ainda é relativa. Acredito que a média para uma pessoa que não sofre com alta taxa de colesterol ruim é de quatro ou cinco unidades por semana. Já as que têm algum tipo de problema, podem consumir no máximo três vezes", orienta Geise. Não pense, entretanto, que a restrição é exclusiva para pessoas que possuam o colesterol elevado. Algumas podem desenvolver alergias ao ovo e a suas substâncias e, por conta disso, não é recomendável dá-los para crianças menores de dez meses, pois o organismo ainda não está bem definido com relação a produtos muito fortes.

Há ainda outros pontos muito importantes a considerar. Uma delas é a forma como ele é consumido. Muitos atletas e jovens têm feito o uso deste produto cru, algo que é extremamente arriscado à saúde. "O que eles não sabem é que esse ingrediente pode estar contaminado com a salmonela, que é facilmente desativada quando aquecida. Por isso, é ideal que ele seja consumido apenas cozido ou frito", alerta. A compra dos ovos é outra questão que merece atenção por parte do consumidor. É fundamental identificar se eles não estão rachados - favorecendo a entrada de bactérias - e manchados ou sujos - o que pode sinalizar que eles já estão apodrecendo. E tem mais. Depois de selecionados com qualidade, não se pode descuidar, há também a preocupação com a preservação. Precisam ser guardados dentro da geladeira, em uma das prateleiras, e nunca na porta do eletrodoméstico, como é comum. "O prazo máximo de conservação é até 20 dias, sob temperatura de aproximadamente 10°C" completa.

Serviço

Geise Belo é Nutricionista com especialidade em vigilância sanitária e Nutrição clínica do Hospital da Restauração e supervisora de alimentos da Vigilância Sanitária do Recife.


Fonte: CFN

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Consumo de refrigerante vira epidemia nacional

Eles estão presentes nas festas de aniversário, nos almoços e muitas vezes são consumidos diariamente. Recente pesquisa do Ministério da Saúde, baseada em entrevistas com 54.367 pessoas, mostra mostra que o número de brasileiros que consomem regularmente refrigerantes e bebidas açucaradas cresceu 13,4 % em um ano. Em 2008, 24,6% da população com mais de 18 anos consumia este tipo de bebida cinco ou mais vezes na semana. Em 2009, o índice subiu para 27,9%.

- É um dado preocupante, sobretudo pela velocidade do crescimento - afirma Deborah Malta, coordenadora da pesquisa do Ministério da Saúde.

Dados de outra fonte, o IBGE, mostram o crescimento cumulativo: entre 1975 e 2003, o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas aumentou nada menos do que 400% no país.

O alto consumo de refrigerantes está associado não só à obesidade, pois eles contêm, além do açúcar, altas taxas de sódio, o que aumenta o risco para quem tem hipertensão e problemas renais.

O consumo de refrigerantes está sendo alvo de estudos de instituições científicas brasileiras.

Como já é um componente incorporado aos hábitos das famílias, pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro avaliaram o impacto da ingestão excessiva sobre a saúde infantil - e a consequência disso na idade adulta.

Os pesquisadores da Uerj compararam o consumo de refrigerantes e outras bebidas açucaradas com o de leite em 1.423 estudantes, entre 9 e 16 anos, de escolas municipais e estaduais de Niterói. O consumo de refrigerantes e sucos industrializados representou cerca de 20% do total de energia média consumida diariamente. Por outro lado, o consumo de leite deixa a desejar: menos de 40% dos estudantes que participaram da pesquisa relataram consumir leite duas vezes por dia ou mais.

Em relação ao iogurte, aproximadamente 52% dos adolescentes referiram consumir nunca ou quase nunca.

Os dados ainda indicaram que quanto maior a faixa etária, menor o consumo de leite e maior a de refrigerantes.

"Esse achado é preocupante, uma vez que a necessidade de cálcio nessa faixa etária é alta, e recomenda-se a ingestão de três porções de leite magro ou derivados, diariamente, visando à promoção da densidade mineral óssea e crescimento linear adequado durante o período da adolescência, e à prevenção da osteoporose e outras complicações provenientes da deficiência de cálcio na vida adulta", informam os pesquisadores em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz.

Além disso, segundo os pesquisadores, a obesidade na adolescência tende a persistir na fase adulta e, dentre os fatores a ela relacionados, está o consumo de bebidas açucaradas.

"O alto consumo de bebidas açucaradas decorre da propaganda indiscriminada destes produtos, atingindo facilmente domicílios e instituições de ensino, onde há uma aglomeração de crianças e adolescentes, estimulando o seu consumo nesta faixa etária", comentam os pesquisadores da Uerj. "Além disso, o baixo preço dessas bebidas associado ao gosto agradável também são fatores que incentivam o seu consumo".

Outro levantamento, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no ano passado, apontou que os pais têm grande responsabilidade nestes hábitos. Ao entrevistar 270 famílias, os pesquisadores descobriram que 67% dos bebês com menos de 2 anos já tinham experimentado refrigerante.



Fonte: CFN

terça-feira, 20 de abril de 2010

Fera Domada

A gangorra hormonal antes da menstruação inferniza a vida de seis em cada dez brasileiras -para não falar nos homens à sua volta, que muitas vezes sofrem por tabela os efeitos da coisa. A popularidade da tensão pré-menstrual, ou simplesmente TPM, está cientificamente comprovada: a expressão faz parte do vocabulário de quase todas as mulheres.

Nervosismo e ansiedade são os principais sintomas relatados por elas: 76,4% das mulheres que têm TPM sofrem esse tipo de problema. Mais da metade delas têm alterações de humor e crises de choro, a metade delas sente cólicas fortes e pouco mais de um terço relata dor e inchaço nos seios.

As constatações são de um estudo feito pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e pelo Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas. Durante pouco mais de um ano, os pesquisadores entrevistaram pessoalmente 1.053 mulheres entre 18 e 40 anos, de seis capitais brasileiras.

Os resultados foram publicados na revista científica "International Journal of Gynecology and Obstetrics" e mostram uma realidade que não poderia ser diferente: 65,4% das entrevistadas consideraram que todas as mulheres em algum momento da vida já experimentaram a TPM e 87,5% confirmaram que os sintomas acontecem antes da menstruação.
Hipócrates, o médico grego, relatou as alterações hormonais no ano 400 a.C., mas as primeiras descrições oficiais da TPM só apareceram em 1931. Estudos epidemiológicos brasileiros nunca foram feitos -o que havia até agora eram pequenos trabalhos localizados.

"O ineditismo desse trabalho está em traçar o perfil da mulher moderna. Trata-se de um raio-x sério do problema, que foi feito com rigor científico e incluiu mulheres de todas as regiões do país", diz o ginecologista Carlos Alberto Petta, professor da Unicamp e autor principal do levantamento.

Alternativas

O problema é comum, mas não dá para generalizar. Há mulheres que não têm TPM. Segundo a pesquisa, essas sortudas são 40% da população.

Existem três graus do problema: leve (45% das mulheres), moderado (45%) e intenso (10%). Nesse último grau, a TPM também é chamada de transtorno disfórico e considerada uma doença, que necessariamente deve ser tratada com medicamentos.

Mas esse tipo de distúrbio intenso -tratado em geral com antidepressivos e anticoncepcionais-, é raro. Na maioria dos casos, dá muito bem para aliviar os sintomas que aparecem nos dias que antecedem a menstruação com uma série de atitudes simples relacionadas a alimentação, atividades físicas e outras saídas naturais.

ISTO AJUDA

CHÁ DE CAMOMILA
E de maracujá são consagrados para aliviar crises nervosas e promover uma sensação de relaxamento. São ideais para mulheres com sintomas de ansiedade e nervosismo. Já a erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) é indicada para mulheres que apresentam sintomas depressivos

ÓLEO DE PRÍMULA
Seu princípio ativo é o ácido linoleico, um tipo de ácido graxo essencial para o bom funcionamento do organismo. Mesmo sem comprovação científica dos benefícios, é um produto natural, que melhora o trânsito intestinal e diminui o inchaço do corpo. É administrado em cápsulas

CASTANHAS
São uma importante fonte de ácidos graxos ômega-3, 6 e 9. Também são ricas em vitamina B6, um nutriente que tem participação no controle dos níveis de serotonina, neurotransmissor relacionado ao bem-estar, além de combater as náuseas, a acne, as dores de cabeça e a irritabilidade

FRUTAS
Mulheres com tensão pré-menstrual podem apresentar níveis baixos de magnésio. A ingestão de ALIMENTOS ricos nesse nutriente, como a banana, o figo e os frutos do mar, nesse período, podem contribuir para compensar essas deficiências ao elevar os níveis de serotonina

IOGA
A prática de ioga atenua o desconforto físico e a instabilidade emocional. Há posições que relaxam e abrem a região do ventre, facilitando o fluxo menstrual e aliviando as cólicas. Anderson Allegro, da escola Aruna Yoga, diz que a instabilidade emocional pode ser contornada com a técnica de Yoga Nidra, o relaxamento profundo.
Uma série de exercícios respiratórios (os pranayamas) também reduz o desconforto. "Inspiramos contando de um a três, retemos o ar contando de um a três novamente. Expiramos contando, agora, de um a seis", ensina. A prática regular da ioga também ajuda a equilibrar o sistema endócrino, fazendo com que as alterações hormonais se tornem menos intensas, diz Allegro

BOLSA DE ÁGUA QUENTE
Conforto que passa de mãe para filha, a bolsa reduz dores e desconfortos abdominais, como a cólica menstrual, relatada por 45% das mulheres. "Ela proporciona uma sensação de relaxamento semelhante a um banho morno", diz o ginecologista Cláudio Basbaum, do hospital São Luiz

VERDURAS
Não existem evidências científicas sobre efeitos específicos desses alimentos. Mas ingerir folhas escuras, nozes e cereais integrais (todos ricos em magnésio) pode provocar um aumento da serotonina, neurotransmissor que está em baixa durante a TPM e que contribui para a melhoria da autoestima e das oscilações do humor

ACUPUNTURA
Entre as alternativas não-medicamentosas para o alívio da TPM, a acupuntura é a mais recomendada. Segundo a médica acupunturista Angela Tabosa, da Unifesp, ela atua de duas formas: energicamente -as cólicas seriam uma estagnação de energia na pelve e, assim, a acupuntura restabeleceria a circulação energética, diminuindo a dor- e por meio da ação analgésica, que possui resultados científicos comprovados

FIBRAS
Alimentos como arroz integral, aveia, gérmen de trigo e pães integrais ajudam a regular o intestino e proporcionam a sensação de saciedade. Assim, segundo a Nutricionista Thaís Seabra, a mulher acaba consumindo menos açúcares simples e gorduras -alimentos que, em excesso, colaboram para piorar os sintomas da TPM

EXERCÍCIOS AERÓBICOS
A prática regular de atividades físicas também ajuda a driblar a TPM. Fazer exercícios aeróbicos (correr, dançar, pedalar) três vezes por semana por ao menos 30 minutos tem um resultado próximo ao dos medicamentos: alivia em cerca de 40% os sintomas, diz Aline Polanczyk, do ambulatório de TPM da PUC- RS. As atividades de ritmo aceleram o metabolismo e aumentam a produção de endorfinas -que trazem relaxamento e bem-estar

LEITE E DERIVADOS
São ricos em cálcio e ajudam a reduzir o desconforto e as dores no corpo. Ingerir leite e derivados favorece a absorção de magnésio -o que eleva os níveis de serotonina no organismo. Mas há um porém. Queijos muito gordurosos e salgados (como parmesão, gongonzola e brie) são desaconselhados. Os mais indicados são ricota fresca e minas

MASSAGEM E DRENAGEM
Um dos nós da TPM é a retenção de líquido. A drenagem linfática é uma massagem que estimula a circulação da linfa (que carrega as toxinas acumuladas), para que ela seja eliminada pelo suor ou pela urina. "Além de auxiliar na eliminação do líquido, a drenagem também é relaxante. Muitas mulheres aumentam o número de sessões quando entram no período da TPM", diz a fisioterapeuta Maria Teresa Bicca Dode, da Clínica Hara

ISTO ATRAPALHA

SAL
O excesso de sal favorece a retenção de líquido e o inchaço, o que contribui para sintomas clássicos da TPM. Alguns alimentos, como melancia, agrião e aspargo, ajudam a eliminar água do corpo, reduzindo o inchaço

ÁLCOOL
Além de aumentar a instabilidade emocional, o consumo de bebidas alcoólicas também pode elevar a probalidade de a mulher apresentar dor de cabeça, fadiga, insônia e até mesmo depressão

CHOCOLATE
Apesar de proporcionar uma sensação de bem-estar no início (devido ao aumento da serotonina), o excesso de chocolate tem efeito contrário e piora os sintomas (porque tem substâncias comprovadamente excitantes)

CAFEÍNA
Café, chá-preto e alguns refrigerantes aumentam a ansiedade, a insônia e a instabilidade emocional. Assim, recomenda-se evitar esse tipo de bebida, pois elas são excitantes do sistema nervoso central.
Fonte: CFN

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aprovado projeto que obriga alimentos saudáveis nas escolas

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou ontem o Projeto de Lei 127/07, do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP), que obriga as creches e escolas do nível fundamental a substituir, em suas dependências e para os fins de comercialização, os alimentos não saudáveis por alimentos saudáveis, conforme critérios a serem estabelecidos por autoridades sanitárias. O projeto vale para estabelecimentos públicos e privados. Aprovada em caráter conclusivo, a proposta segue para o Senado.

Conforme a proposta, os estabelecimentos não poderão oferecer alimentos não saudáveis em suas dependências, sob nenhum pretexto, nem fazer propaganda deles. Os estabelecimentos infratores estarão sujeitos às penas previstas na Lei 6.437/77, que define as infrações à legislação sanitária federal. As penas vão desde advertência e multa ao fechamento do estabelecimento infrator.

Doenças - Lobbe Neto destaca que o aumento da taxa de obesidade infanto-juvenil tem provocado maior incidência de doenças como diabetes e hipertensão, ocorrência de cáries e disfunções do aparelho gastrointestinal. Ele lembra, por exemplo, que obesidade e diabetes já foram consideradas doenças típicas de idades mais avançadas.

Na avaliação do parlamentar, uma das causas mais evidentes dessa situação é a mudança dos padrões alimentares e de recreação da população jovem. "O consumo de guloseimas, refrigerantes, frituras e outros produtos calóricos não nutritivos, preparados com conservantes, tem sido um fator determinante responsável pelas doenças precoces e outras insuficiências enfrentadas pela população infanto-juvenil." Lobbe Neto acrescenta que muitas crianças e jovens deixaram de brincar e praticar esportes nas ruas e locais públicos em razão da falta de segurança. "A escola não pode se isentar de responsabilidade. Pelo menos durante o tempo em que estão na escola, nossas crianças e jovens devem estar livres da pressão e tentação de consumo de produtos inadequados ao seu desenvolvimento saudável", afirmou. A proposta foi aprovada na forma do parecer do relator, deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), que fez ajustes de redação.





Fonte: CFN

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Alimentação pode proteger contra Alzheimer

Estudo indica que uma alimentação rica em azeite de oliva, nozes, peixes e algumas frutas e vegetais pode proteger contra o Alzheimer, mostra uma pesquisa da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, que acaba de ser publicada no periódico científico "Archives of Neurology".

Para chegar ao resultado, os cientistas colheram informações de 2.148 voluntários com mais de 65 anos, avaliados durante quatro anos. A cada 18 meses, eles eram testados para detectar o Alzheimer.

Os pesquisadores observaram que aqueles que consumiam maior quantidade de alimentos como tomates, vegetais de folhas verde-escuras e crucíferos (como o brócolis) tiveram um risco 40% menor de desenvolver a doença. Sabe-se que esses alimentos são ricos em ácidos graxos ômega 3 e 6 e vitaminas E e B12, nutrientes relacionados a efeitos benéficos no cérebro. A dieta dessas pessoas também era pobre em carnes vermelhas e laticínios como a manteiga, ricos em gorduras saturadas.

Prevenção

Segundo os autores, a alimentação pode ser um meio eficaz de modificar o risco da doença. A prevenção nesse caso é essencial, já que o Alzheimer ainda não tem cura. Os tratamentos atuais apenas conseguem amenizar os sintomas.

"Os benefícios da alimentação estão mais relacionados ao papel dos antioxidantes que evitam a deposição de radicais livres nos neurônios", explica o neurologista Paulo Bertolucci, da Universidade Federal de São Paulo. Isso provoca a morte dessas células, levando a doenças como o Alzheimer. "No entanto, o estresse também tem um papel no desenvolvimento dessas doenças", lembra o neurologista.

O artigo sugere ainda um outro mecanismo para explicar o efeito benéfico dos ALIMENTOS: o consumo de nutrientes capazes de proteger contra doenças cardiovasculares pode evitar derrames que tornam a pessoa mais suscetível a desenvolver demências.


Fonte: CFN

terça-feira, 13 de abril de 2010

Brasileiros comem mais frutas e hortaliças

O Ministério da Saúde publicou no dia 6 de abril de 2010, os resultados do levantamento anual sobre a alimentação do brasileiro e o hábito de fazer atividade física, o Vigitel. Os dados foram apurados no período de 12 de janeiro a 22 de dezembro de 2009, e apontaram o aumento do consumo de frutas e hortaliças no Brasil e a queda do número de pessoas que praticam exercícios físicos.

O estudo revela que 30,4% da população com mais de 18 anos estão consumindo frutas e hortaliças cinco ou mais vezes na semana. E 18,9% consumiram cerca de cinco porções diariamente em 2009 - 2,6 vezes mais que o registrado em 2006, 7,1%.

Informações preocupantes também foram encontradas pelo estudo. Uma delas é o aumento do consumo de alimentos com alto teor de açúcar e gordura bem como o de sedentários no país. Em contrapartida, houve queda de 15,8% no consumo de carnes vermelhas gordurosas ou pele de frango. Em 2009, 33% dos adultos comiam carnes com excesso de gordura contra 39,2% em 2006.

Para a coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não transmissíveis do Ministério, Deborah Malta, a mudança de hábitos alimentares pode ser atribuída às políticas de incentivo à alimentação saudável. O CFN, em suas sucessivas campanhas publicitárias, tem enfatizado a importância da reeducação alimentar e incentivado a população a consultar um nutricionista para obter orientações sobre o adequado consumo dos alimentos para a promoção da saúde.

Fonte: CFN (dado publicado em 09/04/2010)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Situação da alimentação na terceira idade

Durante a terceira idade, algumas necessidades nutricionais encontram-se aumentadas, ao mesmo tempo em que há maior dificuldade em manter uma alimentação completa e balanceada, devido á alguns agravos dessa fase, assim como dificuldade de acesso, preparo e até consumo de alimentos.

Uma vez que essa população vem aumentando nos últimos anos, os estudos relacionados ao consumo alimentar e estado de saúde entre os idosos, têm sido objeto de diversas pesquisas, com o objetivo de melhorar a saúde e qualidade de vida dessa população.

Estudo recente visou estimar os fatores socioeconômicos e sociodemográficos associados ao consumo diário de cinco porções de frutas e hortaliças por idosos de baixa renda residentes na cidade de São Paulo. Os resultados indicaram que esse consumo mostrou-se insuficiente em relação ás recomendações da Organização Mundial da Saúde, estando relacionada a condições socioeconômicas desfavoráveis.

Outro estudo visou estimar as prevalências de comportamentos prejudiciais à saúde e de outros fatores de risco cardiovascular entre idosos, levando em conta a hipertensão. Os resultados sugerem que, exceto tabagismo, os comportamentos prejudiciais à saúde entre idosos persistem após o diagnóstico da hipertensão arterial.

De acordo com os dados dos estudos, a população idosa necessita de cuidados especiais em relação á alimentação e qualidade de vida, sendo de grande importância, além da atenção das famílias, medidas governamentais em relação ao acesso a alimentação saudável e saúde, fornecendo condições de vida adequada á terceira idade.




Fonte: Nutrição em Pauta

terça-feira, 6 de abril de 2010

Implicações do Ato Médico para a profissão de Nutricionista

O CFN está trabalhando (Fórum Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Saúde - FENTAS) para derrubar o Ato Médico no Congresso Nacional. Mas a principal mudança será a proibição da autonomia dos demais profissionais da saúde, que podem passar a atuar apenas por determinação de um médico. Isso rompe com todos os direitos e deveres que possuímos na regulamentação da nossa profissão, explica Dra Rosane Nascimento. Não podemos precisar quais as reais mudanças na atuação dos Nutricionistas, pois isso terá relação direta com a forma com que os Conselhos Federal e Regionais de Medicina estarão utilizando essa legislação. Não sabemos se haverá cerceamento à atuação dos demais profissionais da saúde.

O CREMEMG, por exemplo, defende a regulamentação do Ato Médico, alegando que nos últimos anos surgiram várias profissões na área da saúde, com leis que regulamentam as suas categorias, o que não ocorre com os médicos. Que não há pretensão de interferir, ou até mesmo coibir a atuação de outros profissionais. Relata a necessidade de ser definido claramente quais são os limites de atuação do profissional de Medicina, e que atos podem, ou não, ser compartilhados com outros profissionais, à luz da ética e do conhecimento científico e respeitando as esferas de competência de cada um, complementa Dra. Solange de Oliveira Saavedra - Gerente Técnica CRN-3.

O nutricionista tem um papel importante nos procedimentos de proteção e prevenção da saúde e recuperação de doenças. Em sua atuação profissional, realiza diagnósticos nutricionais, que é uma avaliação do estado nutricional, onde é diagnosticada a condição nutricional de indivíduos e de coletividades. A partir daí são realizados procedimentos terapêuticos de recuperação de determinada condição de debilitação. Se olhamos do ponto de vista unicamente da doença, o diagnóstico clínico patológico é certamente uma ação privativa do médico. Entretanto o tratamento não se dá apenas a partir disto ou através de medicamento, mas de um atendimento psicológico, nutricional ou fisioterápico, dentre outros. Se em sua atuação o nutricionista estiver impedido de realizar procedimentos como a solicitação de um exame, a prescrição de uma suplementação alimentar de vitaminas, minerais e nutrientes, ou seja, se isto tiver que ser autorizado pelo médico, haverá sérias implicações nas relações de trabalho.

No caso, por exemplo, de uma cirurgia gástrica ou intestinal é o médico gastroenterologista quem fará os procedimentos; mas a recuperação nutricional deste paciente é competência do nutricionista. Programas, como o de Sisvan – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, Bolsa Alimentação e programas de recuperação de desnutridos compreendem ações que envolvem a nutrição e o nutricionista. Implementar a proposta do Ato Médico significará estabelecer uma hierarquia médica que exigirá uma revisão do processo de trabalho hoje em curso. Ações privativas do nutricionista, ou que têm interseção com a medicina, relacionadas à área clínica e saúde pública, sofreriam alterações.

Como exemplo pode-se citar o atendimento a uma criança muito desnutrida, que traz uma história de consumo alimentar baixo, vive em área de risco nutricional, onde se apresentam problemas de saneamento básico – água e esgoto não tratados. No atendimento a esta criança é necessária a solicitação de exames para proceder à avaliação nutricional: uma medida de hemoglobina, ferro ou vitamina A. Igualmente pode ser importante um exame parasitológico para observar se o quadro do paciente apresenta associação com outras doenças. Se este procedimento não puder ser realizado, a criança então será encaminhada primeiramente a um pediatra ou outro profissional médico para que seja feita a solicitação de exame e só então adotar o tratamento adequado. E esta burocracia, que prolongaria o tempo de tratamento, é apenas parte do problema, já que possivelmente a classe médica não teria condições de atender toda a demanda que seria criada e nem possui formação para realizar determinados procedimentos específicos de outras profissões.


Sendo assim, o Ato Médico destruiria o modelo de atendimento multidisciplinar, dado que estabelece uma dependência das demais profissões à medicina. Seria regredir a um período anterior a 1986, quando existia um modelo centralizado no médico e na doença. A VIII Conferência Nacional de Saúde definiu um outro patamar de relação de saúde – seja no que se refere a serviços, modelo de assistência, de recursos humanos, de financiamento etc.. Iria, pois, contra a concepção de equipe interdisciplinar, multiprofissional , onde cada categoria tem a sua competência, esclarece Dra Lucia Andrade - Presidente do CRN-4.



Fonte: http://www.nutricaoempauta.com.br

domingo, 4 de abril de 2010

ATO MÉDICO



O Que é o Ato Médico ?
O Ato Médico é o Projeto de Lei do Senado 025/2002, que estabelece que todos os procedimentos diagnósticos ou terapêuticos que envolvam a prevenção e os cuidados da atenção primária, secundária e terciária são restritos e de responsabilidade do médico, explica a Dra Rosane Nascimento, Presidente do CFN. Este Projeto de Lei restringe a atuação dos profissionais de saúde (exceção feita aos dentistas e médicos veterinários) e hierarquiza os procedimentos da área de saúde, subordinando seu trabalho aos profissionais médicos, complementa Dra Lúcia de Andrade, Presidente do CRN4.

Prós e Contras deste Projeto de Lei para os Profissionais e a População

Nenhum efeito positivo deste Projeto de lei pode ser apontado, principalmente, para a população que será duramente prejudicada, pois sempre que precisar dos serviços especializados de um nutricionista, psicólogo ou qualquer outro tratamento terapêutico da área de saúde, terá que recorrer a um médico que poderá fazer ou não, a indicação de um desses profissionais. O Ato Médico compromete as atribuições e autonomia das demais profissões da Saúde violando um dos princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), que é a integralidade da assistência aos cidadãos e a interdisciplinaridade do atendimento integral, explica a Dra Rosane Nascimento, Presidente do CFN.
Existem várias alegações de entidades médicas de que o referido Projeto de Lei não é corporativista, porém não é esse o entendimento dos demais profissionais da área da saúde. Por isso, várias entidades das categorias da saúde, bem como profissionais autônomos, tem-se mobilizado para repudiar o referido Projeto, encaminhando moções de repúdio, através de e-mail aos Senhores Senadores.

Não sabemos dizer, neste momento, quais os prós e contras, caso o referido Projeto de Lei seja transformado em Lei Federal, pois a legislação em questão é muito sucinta, o que pode permitir amplas interpretações no dia-a-dia do exercício profissional, completa Dra. Solange de Oliveira Saavedra - Gerente Técnica do CRN-3.

Caso o Projeto seja aprovado, o nutricionista como os demais profissionais de saúde: não poderá encaminhar, solicitar parecer, ou solicitar exames laboratoriais para acompanhamento do paciente; não poderá definir diagnóstico nutricional e o seu tratamento para o cliente/paciente; não poderá ser responsável por programas de saúde, mesmo que sejam especificamente voltados para a área de alimentação e nutrição, dado que a coordenação será sempre do médico, completa Dra Lucia Andrade - Presidente do CRN-4.

Entidades à Favor e Contra o Projeto de Lei

As entidades contrárias são as que integram o FENTAS, ou seja, Conselhos Federais de Nutricionistas, Fonoaudiólogos, Psicólogos, Assistentes Sociais e Enfermeiros, estas profissões terão seus direitos profissionais violados com o Ato Médico, explica Dra Rosane Nascimento, Presidente do CFN.

De acordo com Dra Lucia Andrade, informações estão sendo recebidas pelo CRN-4 de todo o país. Todas as entidades e representações de profissionais atingidos são contrários ao Ato Médico - os únicos favoráveis são as entidades de medicina. Entretanto, vários médicos vêm se manifestando contra esta iniciativa.

Fonte: http://www.nutricaoempauta.com.br