segunda-feira, 17 de maio de 2010

Banana para a Hipertensão

A fruta, uma das fontes mais conhecidas de potássio, que garante o bom funcionamento dos batimentos cardíacos, ganha notoriedade a partir de estudo divulgado nos EUA

Nova York - Estudo publicado recentemente na revista norte-americana Archives of Internal Medicine engrossa o coro em prol do potássio. Pesquisadores mediram suas quantidades e a do sal na urina de 2.974 voluntários e notaram que aumentar a ingestão de potássio e restringir a de sódio diminui em até 50% as perturbações relacionadas à pressão nas alturas, como infarto e derrame. "Isoladamente, no entanto, essas duas medidas não surtem o mesmo efeito", observa Nancy Cook, professora da Universidade de Harvard e uma das autoras do trabalho. Apenas maneirar no sal, por exemplo, só derruba em 20% o risco de turbulência nas artérias.

Por que a dobradinha dá resultados mais satisfatórios? O potássio garante o bom funcionamento dos batimentos cardíacos, facilita a dilatação dos vasos e ainda melhora a sensibilidade à insulina - o que pode ser bem útil para quem sofre de resistência ao hormônio, um fator que colabora para a ocorrência de problemas cardiovasculares, ainda mais quando já existe um quadro de hipertensão. "Além disso, esse mineral parece reduzir os efeitos negativos do sal, porque induz à eliminação do sódio pelos rins", comenta Nancy. Portanto, dá para deduzir que manter o dueto em uma gangorra estática - sódio no chão e potássio em níveis elevados - seja a medida mais eficiente para proteger o corpo. O potássio melhora a elasticidade dos vasos e, com isso, ajuda no controle da pressão. Mas, na prática, pouca gente sabe ou se lembra disso.

Faça um teste: resgate na memória a última vez que você viu um hipertenso comendo banana, uma das fontes mais conhecidas de potássio (uma unidade média tem 215mg), só para controlar a doença.

Quanto ao sal, um adulto saudável deve ingerir, no máximo, seis gramas de sal por dia, mas a maior parte dos brasileiros consome nada menos que 12 gramas. O sal que tempera a comida de cada pessoa que consegue tê-la à mesa foi considerado, no passado, artigo de luxo e serviu de moeda de troca em civilizações antigas, chegando até a ser o estopim de disputas territoriais - a palavra salário deriva dele. Mas, quando o assunto é saúde, não é de hoje que ele desfila sua fama de vilão mundo afora. Falou em hipertensão, pode ter certeza de que alguém vai citá-lo. O excesso de sódio, principal ingrediente do sal de cozinha, provoca retenção de água no organismo e aumenta o volume de sangue circulando. Maior volume sanguíneo passando pelo mesmo espaço de veias e artérias significa maior pressão nas paredes dos vasos. Para o bem do coração e das artérias, menor ingestão de sal e maior de banana devem fazer parte do cardápio das pessoas. A fruta - largamente produzida no Brasil, especialmente em Minas Gerais, no Vale do Jaíba, Norte do estado -, que já foi comprada a preço baixo, tem bem melhor status na alimentação dos brasileiros, principalmente os desportistas, mas as dicas desse estudo publicado nos EUA podem lhe render toda a notoriedade que merece.

OUTRAS FONTES

O portássio pode ser encontrado em muitos outros alimentos

Soja - 486mg (uma concha pequena)

Melão - 367mg (uma fatia média)

Couve - 331mg (três colheres de sopa)

Grão-de-bico - 285mg (uma concha pequena)

Laranja - 245mg (uma unidade média)

Mamão - 222mg (uma fatia média)

Brócolis - 214mg (6 ramos)

Tomate- 200mg (uma unidade)

Goiaba - 178mg (uma unidade média)

Pera - 162mg (uma unidade média)

Melancia - 156mg (uma fatia média)

Feijão - 153mg (uma concha pequena)

Mexerica - 150mg (uma unidade média)

Espinafre - 134mg (três colheres de sopa)

Lentilha - 132mg (uma concha pequena)

Agrião - 131mg (um prato de sobremesa)

Abacaxi - 131mg (uma fatia média)

Alface - 126mg - (um prato de sobremesa)

Linhaça - 126mg (duas colheres de sopa)

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